sexta-feira, 30 de abril de 2010

Para quê correr?

1º Capitulo

Correr Como começar?


Vou iniciar a partir de hoje algumas crónicas sobre a corrida e tudo o que na minha modesta opinião a ela está ligado.
Começando sempre pela minha experiência pessoal e as razões que me me levaram a calçar um par de sapatilhas e a fazer-me há estrada.
Pelos 30 anos o meu médico de família começou a achar que eu tinha tensões demasiado elevadas e peso a mais o que poderia vir a causar-me problemas no futuro, se é verdade que eu já me sentia algo preso e pesado, as pressões do emprego, a família, as contas, mais o diagnóstico do médico ajudaram a que eu tivesse que passar por um mau período que não vou alongar a falar.
Dei comigo a arranjar soluções para conseguir passar esta fase, primeiro a horta que ainda hoje mantenho como uma das melhores formas de passar um bom bocado numa harmonia perfeita homem natureza, o largar o cigarro foi uma segunda forma de desafio superado, terminando com uns passeios de bicicleta com o meu filho.
Aos 35 anos as coisas pouco ou nada tinham mudado o doutor continuava com a ideia dos comprimidos para controlar a tensão e o peso com algumas oscilações continuava perto dos 90 kg. As coisas tinham de mudar, (entretanto já nascera a minha filha e eu queria vela crescer) no Natal de 2005 e no seguimento desse período das festas pensei em iniciar uma prática desportiva regular e se bem pensei melhor o fiz e não me foi difícil a opção tais eram já de à muitos anos os relatos que me fazia o meu amigo Novais atleta experimentado e de valia superior homem que com 50 anos ainda fazia os 10km em 38 minutos coisa que ambiciono quem sabe lá para os 49.
O inicio é das coisas mais complicadas que existem o preconceito, a forma como os outros nos vão olhar, o dar aquele passo o pensar será que eu ainda tenho idade, será que o meu corpo aguenta, como é que vou arranjar tempo, os corredores são todos magros, mas não vale a pena olhar para trás nem para o lado há que olhar em frente por mim pelos meus pela meu bem estar, pelo meu equilíbrio emocional, pela autoconfiança.
Generalizando o primeiro passo ultrapassada a primeira barreira é um exame médico desportivo que normalmente engloba um E.C.G com prova de esforço mais um raio X aos pulmões, mais umas analises completas para que tudo se possa iniciar sem medos.
O segundo passo e talvez o mais importante para o corredor é a escolha do calçado para treinar, essa deve obedecer a vários critérios e o futuro atleta deve estar o melhor informado possível para que possa evitar as arreliadoras lesões que estão associadas a uma escolha errada.
A passada do corredor, o seu peso, a sapatilha maior 1.5 a 2 números que o normal para outro tipo de calçado, porque com o calor, com as batidas o pé dilata e se é justo vai criar problemas, tudo isto tem que ser muito bem avaliado e mesmo assim se o seu amigo se dá muito bem com aquelas sapatilhas que ele escolheu só porque gostou do modelo, pense que independentemente do preço ou do design está o seu pé e por arrasto todo o seu organismo que pode sofrer com uma escolha errada. Para terminar este capitulo se não o conseguir fazer sozinho aconselhe-se junto dos profissionais na sua loja onde for fazer a compra, pelo que me apercebo cada vez mais existe a preocupação das lojas em ter pessoas capazes de indicar ao cliente o calçado certo para as suas expectativas.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A correr em Paris.



Acordar por volta das 5.30 da manhã, tomar o pequeno almoço equipar-me e por volta das 6.20 já estávamos a caminho, era uma viagem de cerca de 45 minutos desde a zona de Viry-Chatillon ao centro de Paris contando com o muito transito que se faz sempre naquela cidade. Estaciona-mos o carro por volta das 7.10 e já era visível o número de pessoas que se dirigiam para a zona do arco do triunfo onde teria inicio a prova. O frio era agora o principal inimigo e entre tomar uma bebida quente ir à casa de banho despedir-me dos meus acompanhantes estava agora na hora do tiro de partida.
Partia com o objectivo 3.30 horas dai que para passar no tapete de partida demorei cerca de 2 minutos e meio, tempo a contar e lá ia eu cumprir um sonho de correr uma das grandes maratonas mundiais. Cinco km de prova 24.40 minutos estava tudo ok as passagens dentro do previsto mas era muito complicado tentar andar mais o numero de atletas era tal que se tornava perigoso, então pensei vou neste ritmo e vou apreciando os belos monumentos paisagens em suma desfrutar o momento.
Aos 10 km passei com 49.56 minutos o ritmo baixou já levava um atraso de 3 minutos em relação aquilo que me propunha fazer mas as dificuldades continuavam estava um pouco contagiado com o numero de pessoas que assistiam e que iam fazendo uma enorme festa. Estava na hora de começar a reagir e aos quinze km passei com 1.13.45 já tinha subido um pouco mas o problema mantinha-se, nesta zona havia menos público era uma área de parque em que muitos atletas saiam para fazer as suas necessidades, estava agora a fazer contas e sabia que era preciso dar mais que os 23.48 dos últimos cinco km, estes não eram suficientes para me fazer cumprir o meu objectivo. Meia maratona nesta altura existia muito público a estrada era cada vez mais estreita o tempo não era famoso com 1.42.13 eu sabia que ou andava mais rápido ou o objectivo de bater o meu recorde pessoal estava hipotecado, em suma com este tempo eu apenas faria igual ao meu melhor e não podia quebrar como me aconteceu nas maratonas anteriores, mas eu estava agora muito confiante o meio da prova já tinha passado e eu estava melhor que nunca.
Km 25 o tipo de paisagem mudou estamos agora junto ao rio Sena numa zona de túneis com algum sobe e desce andava agora na casa dos 4:30 por km com a minha passagem aos 25 em 2:00:36 estava agora a começar aproximar-me do objectivo mas sabia que a corrida só começa a sério depois dos 30 km. Nesta fase da prova qualquer incentivo pode mudar o curso da corrida e eis que de repente numa das saídas de um dos muitos túneis oiço alguém chamar por mim era o meu amigo Xandito que me tentou tirar uma foto mas eu ia com muita pressa nesta fase da prova.
Aos 30 Km passei com 2:23:48 os últimos cinco foram feitos em 23:10 e continuava como uma alface, mas algo me dizia que estava na hora de gerir o esforço começava agora a ver-se inúmeros atletas a irem a passo e eu continuava no meu ritmo, já só pensava em chegar sabia que ali era o ponto critico se o passa-se bem tudo seria mais fácil.
No km 35 começava a notar algum esforço mas nada de anormal os últimos cinco km foram feitos em 23:50 o que denotava um ritmo forte para esta altura da corrida e ao passar em 2:47:38 estava agora dentro do meu objectivo teria que gerir o esforço até ao fim. Faltavam agora cerca de sete km e para quem anda nisto sabe que alguma ansiedade se começa a apoderar nesta fase em já estamos próximos do fim mas 7 km e é um bom bocado.
Nesta altura e já próximo dos 40 km vejo alguém com uma bandeira Portuguesa gravada nas costas da sua txirt, um Português finalmente que me fez companhia. Pedro é um jovem de Coimbra que estava a perder algum gás e comigo fez os últimos 2.5 km até muito perto da meta, na rotunda que antecede a chegada o Pedro disse-me para seguir que iria tentar encontrar a família e eis que do outro lado a minha esposa mais o Alexandre gritavam pelo meu nome era a apoteose final e lá fui fazendo algumas poses, mas ainda faltavam uns metros cerca de 200 toca a acelerar.
Na meta olhei o relógio 3horas 22 minutos e 39 centésimos tinha conseguido o objectivo mas mais importante que bater o recorde foi a forma descontraída com que fiz toda a corrida essa parte sim tem valor porque significa que quanto mais velho estou melhor é a minha performance.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Pela primeira vez


Pela primeira vez corri fora de Portugal, pela primeira vez corri uma maratona com 40000 inscritos, pela primeira vez senti prazer ao correr depois dos 30Km, pela primeira vez acabei uma maratona com a sensação que ainda podia fazer mais uns kms,pela primeira vez senti o apoio de cerca de 2 milhões de pessoas ao longo do trajecto, pela primeira vez enquanto corria apreciava os monumentos as praças os jardins e parques em suma tudo aquilo que faz de Paris na minha opinião uma cidade cativante.
Pela primeira vez tinha de preparar uma maratona no inverno, foram 3 meses de treinos complicados, o frio a chuva, a falta de tempo, a interrupção de treino devido a questões familiares, algumas dores que me fizeram descontinuar semanas seguidas de treinos, mas contra tudo isso se juntava a força de vontade, um excelente programa de treinos que tenho a agradecer ao meu amigo Victor Dias, a companhia nos treinos dos meus companheiros de equipa em especial para o Miguel e o Zé Manel, companheiros naqueles treinos longos ás sete horas da manhã de Sábado, não queria deixar mais uma vez um forte agradecimento ao meu núcleo familiar esses os grandes sacrificados com o tempo que eu dedico à corrida, por fim e talvez os mais importantes neste meu resultado duas pessoas extraordinárias a quem tenho todo o prazer de chamar os meus amigos SANDRA e XANDITO que me acolheram, ajudaram, incentivaram e posso dizer sem qualquer preconceito que sem a ajuda e o apoio destes meus amigos o resultado final nesta Maratona não tinha sido o mesmo.
Paris foi uma maratona de emoções desde a sua preparação até ao seu final, sendo o meu melhor resultado de sempre nesta distancia não é a parte que eu mais valorizo, essa fica para o facto de durante 42195 metros eu sentir prazer ao correr, o que me motiva para brevemente começar a preparar a minha 5ª maratona.
Para ver resultados e vídeo da chegada.
http://org-results.parismarathon.com/2010/?lang=EN

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cá vou eu !


É já no próximo Domingo que vou correr a minha 4ª maratona desta vez na cidade luz ou seja pela primeira vez vou sentir o gosto de correr com mais 40000 atletas e segundo previsões da organização com 2 milhões de pessoas espalhadas pelo trajecto. Será a primeira experiência internacional e que espero me motive ainda mais para repetir a dose noutras paragens.
David sousa