terça-feira, 24 de novembro de 2009

Os homens da maratona



Os atletas que se dispõem a correr uma maratona tem primeiro de tudo que treinar, treinar muito e bem, ou seja existem inúmeros programas de treino mas o atleta acima de tudo com o conhecimento que vai adquirindo é que deve adaptar os programas ao seu tipo de corrida.Em primeiro lugar o atleta deve ter a certeza do seguinte, para preparar uma prova deste tipo ele precisa de tempo para treinar. Segundo, tem de criar regras quer alimentares quer comportamentais e em terceiro mas não menos importante tem de estar preparado psicologicamente para sofrer. Começando pelo fim eu diria que todos os atletas quer o confessem ou não numa prova como a maratona acaba por sofrer sempre embora uns mais que outros, sem dúvida que existe uma barreira a transpor por volta dos trinta km e a capacidade de a transpor vai depender da experiência de cada um ou do tipo de treino e alimentação que fez para preparar a respectiva prova. Um ponto que eu ainda não referi pelo simples facto de não o considerar o mais importante que é capacidade física dos atletas, ai entra outro factor o objectivo de cada maratonista se eu quero e posso fazer um bom tempo ou se por outro lado eu quero provar a mim mesmo que sou capaz de chegar ao fim, como nós sabemos no plutão para a grande a maioria dos atletas a nossa grande vitoria é manter uma boa forma física é conviver com amigos e companheiros de treino porque isso de chegar na frente é para os profissionais atletas com capacidades fora do vulgar. No meio de tudo isto onde eu queria mesmo chegar era ao seguinte:um atleta para fazer uma maratona tem de se comportar diria como um profissional, ter a capacidade de adaptar um programa de treino ás suas características uns gostam mais de treinos mais longos outros de fazer o treino com base em séries e treino longo mas o importante é que o atleta treine e se aperceba se o tipo de programa que está a fazer está a resultar ou se por outro lado está mais cansado do que nunca, nesse caso tem de reflectir e mudar. Para terminar quero apenas dar um exemplo na preparação da maratona do Porto cumpri um programa de doze semanas com a abolição da terceira e da quarta por motivos profissionais adaptei depois o programa a partir da 5ªsemana com cinco treinos semanais, que me ocupavam cerca de 7 a nove horas no pico já incluindo aquecimento e alongamentos, ou seja Segunda descanso, Terça meia hora a rolar e repetições;quarta rolar 1hora e pico; Quinta feira series de 400 metros; Sexta descanso; Sábado treino longo nunca inferior a duas horas; Domingo rolar com a malta.
David Sousa

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A Maratona e a Family Race



Esta prova foi especial, pela primeira vez três representantes da filosofia "Stress Attack" estiveram presentes, daí a importância do momento principalmente pelos dois estreantes. Nesse mesmo dia decorreu a familY race, prova essa com 14 km onde estivemos muito bem representados (ver fotos)com 5 atletas a saber e por ordem de chegada o Miguel, Hélder, Mendes, Zé de Espinho,e o Quim. Na caminhada fomos brilhantemente representados pela Lola e pela Isabel, ás quais agradeço porque para alem de fazerem desporto são elas o centro de comando logístico desde chaves dos automóveis a camisolas,carteiras, são ainda elas as fotografas de serviço ou seja sem elas não era possível a captação de alguns momentos únicos. Para terminar e dada a importância da prova fica para a posteridade a geral quer da maratona quer da family race.



Clique para ver a classificação geral
Clique para ver a classificação do family race

Sim eu consegui


O dia começou bem cedo, lá pelas 6.30 já eu acordava era a hora de preparar o pequeno almoço. Ver as noticias enquanto tomava a minha chávena de café com bolachas e geleia de marmelo, num instante estava pronto pois tinha deixado tudo organizado de véspera.
Fiz a viagem de carro até ao parque da cidade uns 10 minutos nem tanto, já lá estavam o Zé e o Miguel e logo apareceu o Mendes, bem lá fomos apanhar o autocarro que nos levaria junto ao palácio de cristal onde se iniciava a prova. Como de costume esperamos pelos outros companheiros enquanto conversava-mos sobre as nossas expectativas, eis que todos chegaram e após algumas fotos lá fomos para a linha de partida. Estava na hora, conversava agora calmamente com o meu amigo Pedro Resende quando soou o tiro de partida, arranquei calmo primeiro quilómetro em 5.10 minutos estava bom tudo tranquilo, a chuva caía S.Pedro quis entrar na festa. Quarto quilómetro, eis que de repente vindo sei lá de onde surge o Pedro Resende que logo nos primeiros metros se tinha ido embora pois tem um andamento superior ao meu, tinha parado para urinar e tinha decidido que seria eu a marcar o andamento até a meia maratona. Nada de especial se passou até ao décimo quilómetro onde passamos com 46.30 minutos estava tudo sobre controle, íamos agora nos doze mil metros quando o Pedro voltou a parar para o mesmo, só me apanhou novamente perto dos vinte quilómetros. O ritmo era agora na casa dos 4.30 minutos e eu tinha-me juntado a um duo, Miriam uma atleta Belga e um maratonista Paulo Vilaça que ia fazendo de cicerone num Francês fluente, fomos juntos até à viragem na Afurada, eles começavam agora a andar perto dos 4.15 por Km e eu decidi baixar o andamento não era por ali que eu devia ir, nesta altura já o Pedro se afastara pois estava na hora de ele aumentar o ritmo. Decidido a controlar o andamento, a meia já lá ia com 1.37 horas ainda andei durante algum tempo com outro duo a campeã de remo Janine Coelho acompanhada pelo João Fernandes mas a remada da Janine começava a subir e a partir dos 25Km decidi ir só, talvez por isso não me sentia muito à vontade mas lá fui indo. Freixo cerca dos 28Km andava agora a 5 minutos por Km, estava a desanimar precisava de algo que me fizesse voltar a ter vontade de lutar contra o cansaço muscular, bem olhei para o outro lado e lá vinham outros camaradas, na grande maioria a dar mostras de algum cansaço e eis quando vejo o Zé com o meu amigo Pereira, na troca de incentivos eu lembrei-me que tinha sido com o Pereira que eu tinha feito a minha primeira meia maratona e de que como isso tinha sido importante à época.
Ponte Don Luís muito público banda a tocar fazia por breves momentos esquecer que as dificuldades iriam aumentar, ao passar Alfandega lembro sempre o local onde parei na minha primeira maratona e pensei desta se parar é lá mais para a frente. Trinta e três Km começo a sentir as primeiras cãibras, insisto mas tenho que baixar o andamento ainda mais, outra vez na perna direita muito forte, quase a passo vou batendo com o pé no chão e vou andando eu sabia que se parasse terminava para mim a prova, agora só desejava chegar ao abastecimento dos 35 Km. Meia banana e uma garrafa de água foi o que eu ingeri tinha bem consciência de que até ao fim iria ser duro, agora rolava pelos 5.30 por Km mas as cãibras tinham-me largado a respiração estava óptima as pernas doíam cada vez mais mas era preciso terminar, pela primeira vez fazia a subida do castelo na Foz sem parar ao contrario das duas primeiras maratonas isso era um bom sinal. Avenida Brasil tenho a coragem de começar a fazer contas ou seja por muito baixo que fosse o meu andamento iria conseguir superar o meu melhor melhor ainda pensei eu no Km seguinte enquanto me ia aproximando do castelo do Queijo por este andar iria poder baixar das 3.30 horas objectivo maior nesta participação, mas agora só havia a ansiedade da chegada as dores aumentavam mas o querer ia conseguindo superando tudo. Quilómetro 40 agora ou vai ou racha pensei, entretanto o Victor Dias que comigo tinha feito a sua primeira no ano transacto, passava de bicicleta e dava -me mais um incentivo, eu já via lá ao fundo o pórtico da "Sport Zone" e o último Km aproximava-se agora várias pessoas me apoiavam, o Zé do Ribeiras entre muitos outros que esperavam com ansiedade familiares e amigos. Agora eu tinha a certeza iria terminar sem parar pela primeira vez, já dentro das barreiras lá estavam todos gritando, mas eu só pensava em cortar a meta era para isso que tinha vindo, naqueles últimos metros somos invadidos por um turbilhão de emoções mas lá estava ela só tinha de a transpor; 3Horas 24 minutos e 50 segundos tinha conseguido o objectivo e sentia-me bem ao contrário dos outros anos em que me senti sempre enjoado, depois de receber a medalha e emborcar dois finos gelados só queria encontrar o conforto da minha esposa, lá estava ela à minha espera, como sempre é sempre o meu primeiro conforto nos bons ou nos maus momentos, a chuva não tinha parado durante toda a prova, estava ensopado, começava a sentir frio, tinha rapidamente de mudar de roupa.
Sem a preciosa ajuda da minha esposa nunca o tinha conseguido pois a cada movimento que tentasse fazer lá vinha outra cãibra, mas por fim lá mudei de roupa, estava na hora de fazer alguns alongamentos, entretanto a Nanda dizia-me que o Zé já tinha chegado então fui ver se conseguia ver o João a terminar, e chegou não sem um pingo de emoção próprio de quem termina esta distancia pela primeira vez.
Para terminar quero agradecer a todos os que antes durante e depois da prova me apoiaram, agradecer à minha família pois são eles os maiores sacrificados com o tempo que é preciso dedicar para fazer uma prova destas, são 2 meses e meio com cinco treinos semanais na sua maioria com tempo superior a uma hora, por fim e não menos importantes os meus companheiros de treino, camaradas sempre bem dispostos que ajudam e de que forma a que esses se transformem em passeios dos alegres.
Dentro de alguns meses espero voltar a correr esta distancia mítica, desta vez na cidade Luz, está tudo bem encaminhado a inscrição está feita agora é só treinar.

David Sousa

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Chegada do João



Muitos foram os atletas que no passado Domingo fizeram o baptismo na mítica distancia da maratona. Cidade do Porto, sexta prova de 42195 metros organizada e bem pela Runporto, a chuva dava as boas vindas a todos mas havia um grupo especial aqueles para quem esta barreira ao fim de muitos anos de atletismo seria quebrada pela primeira vez.
José silva e João do Carmo dois companheiros de treino iriam pela primeira vez tentar superar tão alta barreira, estavam calmos o Zé confiante nos treinos que ambos fizemos ao Sábado de manhã, levantar bem cedo lá pelas 6.45 e até ás 10 horas era sempre a rolar quase sempre na companhia do meu mano Miguel. O João estava-me a preocupar eu sabia que apesar de ele ter condições para ser um muito bom atleta tinha treinado menos,umas vezes o emprego outras os azares da vida como o que o levou a não participar na meia da sport zone por ter de visitar o irmão que teve um AVC em Lisboa. Todos esses factores faziam com eu como amigo estivesse um pouco apreensivo, mas os homens tem a capacidade de se superar e quer o Zé que eu não tive oportunidade para registar o momento da sua chegada, devido a estar ainda a recuperar da minha prova quer o João chegaram ao fim. O vídeo relata os últimos metros do atleta emocionado pelo apoio da esposa e amigos. Para terminar dou aos dois os meus parabéns por terem levado a cabo enorme tarefa e esperar para o ano mais companheiros se juntem a nós.